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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Websérie exibida via Facebook permite que usuário defina rumos da história

deusVocê conhece as webséries? Tratam-se de sitcoms similares àqueles que você vê em TV a cabo - claro, salvo as extensas temporadas dos canais pagos e o fato de que elas são, na maior parte, gratuitas. Um exemplo recente de websérie é a brasileira "Deus do Amor", que apesar do nome, não aposta muito no romantismo e tem ares de comédia em seu enredo. O mote é o seguinte: Vênus, a deusa do amor, decidiu se aposentar para viver uma vida terrena. Com isso, seus dois filhos, Cupido e Cupida, começam a competir com outros deuses e anjos pelo "cargo" deixado em aberto.

O ponto interessante é que, pelo fato da websérie ser publicada no Facebook, os recursos da rede social, como marcação de fotos e o mural, são peças-chave na continuidade do enredo. Quem explica mais dessa união para os leitores do IB Digital é Thiago Aiache, diretor geral da SAGA Studios, a produtora por trás de "Deus do Amor".

"Usamos o Facebook pois criamos a série já para exibi-la através dele. Temos um apelo forte na marcação de fotos: se um usuário marcar uma foto – ou uma parte de uma foto – ele pode ter acesso a certos segredos do enredo que permitirão a continuidade da série", diz Aiache. Para ele, o diferencial de "Deus do Amor" é justamente a interação oferecida ao usuário.

Usando um modelo de realidade aumentada, a equipe de Aiache decidiu direcionar a série como se fosse um jogo de RPG: "Um exemplo: no início, as pessoas tinham que marcar fotos de bombons – quem marcasse a foto 'premiada' recebia uma caixa de bombons em casa, pelo correio. Nessa caixa, além dos bombons, havia uma mensagem secreta do Cupido #171, um dos personagens. Ele se encontrava acorrentado e pedia a ajuda do usuário para ser libertado. Na mensagem, ele dava um número de telefone que, quando o usuário discava, vinha outra mensagem, de um personagem chamado Lucas Davos e o site do grupo Coração Livre". Tudo isso para que, ao acessar o site do grupo que faz parte do enredo, o usuário tivesse acesso ao primeiro vídeo, com instruções de como obter uma determinada quantidade de "Curtir" para, depois, ter acesso a uma área restrita do site, mostrando quem é Lucas Davos e a finalidade do "Coração Livre".
Reprodução

Outro evento do jogo/série envolve senhas e vídeos obtidos ao longo da trama, que, colocados juntos, farão com que o jogador tenha que deduzir a senha para libertar o anjo. A questão é: por ser tratado como um jogo, "Deus do Amor" tem o seu "game over" para alguns: "A primeira fase deste jogo de realidade aumentada possui um numero pré-determinado de inscritos. Os jogadores 'passam de nível' ao encontrar pistas e decifrar enigmas e, à medida que a historia se desenrola, o numero de participantes vai diminuindo. Até que, ao final, apenas um jogador estará presente – e é o rumo dele que finalizará a história da série". Questionado sobre a possibilidade desse modelo afastar espectadores que "perderem" o jogo, Thiago responde que essa é apenas a forma como o proejto foi conceitualizado: "se a demanda exigir, podemos mudar o formato, sem problemas".

Thiago salienta que a inspiração para dar esse rumo à série veio de seu próprio passado, enquanto jogador de ARGs (Augmented Reality Games, ou simplesmente Jogos de Realidade Aumentada), como os da série Lost. Tem também a vontade de querer fazer algo que exigisse maior participação de quem consome um produto. Mas o caminho até "Deus do Amor" não foi fácil: "a dificuldade fica naquele estigma de que conteúdo para internet é algo mal produzido, de baixa qualidade. Investimos alto em câmeras de alta definição, equipamento de cinema – o mesmo usado por grandes emissoras de TV. Nossa ideia é romper esse rótulo de que produção online é feita "nas coxas'".

Para saber mais, acesse a página oficial da série.