Cientistas da Universidade de Harvard conseguiram converter um livro de 53.426 palavras em DNA. Sim, DNA, a mesma substância que fornece o modelo genético para todas as coisas vivas. A longo prazo, destaca o Mashable, o recurso pode se tornar uma opção como sistema de armazenamento.
O experimento foi publicado na revista Sciense nessa quinta-feira (16/08) e seu objetivo era provar que há como usar moléculas de DNA para armazenar grandes quantidades de dados. É possível guardar mais informações ali por milímetro cúbico do que em memórias flash.
A dificuldade disso é a tradução, tanto do material para DNA, quanto o contrário. Os pesquisadores começaram pelo livro, que contém o texto, 11 imagens e um programa em javascript, e converteram-no para código binário: atribuíram a cada base de núcleo do DNA um 0 ou um 1.
A parte difícil veio em seguida: sintetizar a cadeia do DNA, que teria 5,27 milhões de bases de comprimento, o que eles fizeram aos poucos, dividindo-o a cada 96 bases. Quando terminaram, o livro era um DNA sintético com cerca de um milionésimo do peso de um grão de areia.
Ler o livro foi menos complicado, pois toda a tecnologia de sequenciamento está disponível comercialmente. Bastou organizar a sequência do DNA e decodificá-la novamente para o formato binário, então o livro surgiu como um arquivo em HTML.
Poucos erros foram encontrados durante o processo, somente 10 bits de um total de 5,27 milhões, e há dois bons motivos para se investir na tecnologia. O primeiro é a longevidade, o DNA pode durar milhares de anos - ou milhões, se estiver preso ao âmbar (como no filme "Jurassic Park"). Em segundo lugar, por ser a base da vida, o DNA está garantido como tecnologia para as futuras gerações.
Mas também há duas desvantagens. A primeira é o custo, já que o equipamento necessário para sequenciamento ainda é caro. E a segunda é o fato de que não é possível alterar nada, o DNA só serve para gravações únicas.