Já não é segredo para ninguém. Na verdade, nunca foi. O Google avisou a todos nós, mediante alertas de pop up em todos os seus serviços, que sua política de privacidade mudaria. Dia 1 de março, tal mudança entrou no ar e muita gente está se perguntando o que de fato acontece com a sua navegação. Há muita especulação dizendo que o Google terá acesso a mais informações e que isso pode ser prejudicial para o usuário. Será mesmo? Veja, a seguir, alguns mitos que surgiram e algumas mudanças reais, que você começará a sentir logo.
1) Google agora tem mais informações sobre você
Aqui reside um erro de interpretação de texto que pode surpreender muita gente. Dizer que o Google "agora tem acesso a tudo" sobre o usuário é errado. Na verdade, o volume de informações que o Google tem sobre você continua igual. O que muda é a forma como esse conhecimento é usado.
Antes, o Google já tinha acesso a uma grande variedade de dados que o ajudavam a saber quem estava por trás do teclado, seus gostos e preferências na rede. Só que antes da mudança nos termos de privacidade, o Google guardava isso de forma separada, para cada um de seus serviços. Agora, tudo fica reunido em um único guarda-chuva. Isso auxilia na criação de um perfil mais robusto, que diga mais sobre você.
Exemplo prático: compartilhe com o seu irmão no Google Plus um vídeo sobre uma luta da UFC e, na próxima vez que acessar o Youtube, a guia de vídeos recomendados terá alguns itens relacionados a este tema. Antes, o Google não tinha como fazer isso: o banco de dados do YouTube era separado do Google+.
2) Você será rastreado, independente do que faça
Sim, é verdade. Apesar de haver formas de apagar seu histórico de navegação do Google e isso ser bastante recomendável, não há uma forma direta de impedir que a empresa rastreie sua presença online. A grosso modo, apagar o histórico impede apenas que a empresa trace um perfil mais encorpado de você.
Mas o Google continuará monitorando suas buscas, por exemplo, e guardando isso "para uso interno". Ao final das contas, isso pode também ser usado para traçar um perfil mais embasado ou vender essas informações a empresas de marketing.
3) Mas existe um problema nisso?
Depende de como você encara as coisas. É claro que existem preocupações, sobretudo para quem é especialista em segurança. Para todos os efeitos, as informações coletadas ainda podem ser vendidas para empresas terceirizadas, que podem usá-las para lhe empurrar lixo eletrônico, ou ainda para recrutadores de empresas, que podem analisar seu perfil antes de decidir contratá-lo ou não. Existe um certo medo geral em deixar que suas informações estejam tão "disponíveis" assim.
Por outro lado, o que o Google está fazendo não é novidade. As informações coletadas são as mesmas, mas de uma forma que visa aprimorar a experiência de usuário. Recursos novos como aviso de compromissos em tempo real com o uso do Google Calendar ou ainda anúncios mais direcionados aos seus interesses são apenas dois exemplos de como a qualidade de navegação pode melhorar muito.
4) Existem "alternativas"
Qualquer um que lhe recomende "parar de usar os serviços do Google" deve cair em descrédito. Pense um pouco: caminhos de ruas, buscas, e-mails, redes sociais - hoje, praticamente tudo o que se faz na internet ou é do Google ou tem alguma interação com ele.
Mas, mesmo diante de presença tão evidente, é possível minimizar a quantidade de dados que o Google consegue coletar de você. Veja algumas dicas:
Faça buscas sem fazer login
"Confunda" o Google ao criar uma conta para cada atividade (boa sorte para lembrar a senha de tudo!)
5) Há serviços que não serão afetados
A nova política do Google unifica 60 serviços dentro desse novo "guarda-chuva", mas Google Wallet, Books e o navegador Chrome continuam independentes.